domingo, novembro 22, 2009

Histórias com crianças

 Enquanto tomava nota de uma ocorrência de vandalismo numa escola
 primária, fui interrompido por uma menina de seis anos que olhava
 fixamente para o meu uniforme. Perguntou-me:
 - O senhor é polícia? 
- Sim.
 E continuei a escrever.
 - A minha mãe disse-me que se alguma vez eu precisasse de ajuda eu
 deveria ir ter sempre com um polícia. É verdade?
- Sim. 
... Bem - disse enquanto me estendia o pé - podia apertar-me os
 atacadores, por favor?!
_
 
 Era o fim do meu turno e parei o meu carro em frente da esquadra.
 Enquanto arrumava as minhas coisas, o meu cão ladrava no banco
 traseiro. Pedi que se calasse e reparei que havia um menino que me 
fitava fixamente.
 - É um cão que tem aí atrás? - Perguntou, verdadeiramente intrigado.
 - Claro que sim. - Respondi.
 O menino continuava a olhar para mim e para o cão. Finalmente perguntou: 
- Que crime fez ele?
_
 
 Numa noite de muita trovoada, a mãe estava a deitar o filho.
 Preparava-se para desligar a luz quando o filho lhe pede:
- Mãe , podes dormir comigo esta noite? A mãe volta, abraça-o e diz-lhe: 
- Não precisas ter medo. Além disso, a mamã tem que ir dormir na cama
 do papá!... Enquanto o filho se conforma e fecha os olhos, a mãe
 ouve-o sussurrar:
 - Tinha que ter um pai medroso!.... 
_

A mãe leva a filha de três anos pela primeira vez à Igreja. Tudo corria
 bem.
 As luzes da igreja foram apagadas e o coro começou a descer o corredor 
central carregando velas acesas.
 Com toda a Igreja em silêncio ouve-se uma voz alta e clara a cantar:
 - Parabéns a você...   Nesta data querida!...
_
 
 Há alguns anos regressei a casa de uma das minhas viagens, eram já 2 da
 madrugada. Estava um temporal terrível, com relâmpagos, trovões
 granizo...
 Quando entrei no meu quarto vi os meus dois filhos a dormirem com a 
minha esposa, provavelmente com medo da trovoada. Resignei-me a dormir
 no quarto deles. No dia seguinte falei com os meus filhos e expliquei-
 lhes:
 - Eu percebo que tenham medo da trovoada e que queiram dormir com a 
mamã, mas quando eu estiver para chegar, por favor, durmam no vosso
 quarto. O papá não consegue dormir nas vossas camas!
 Semanas depois, estava eu para chegar de outra viagem, a minha esposa 
e os meus filhos foram esperar-me ao aeroporto. Como estavam vários
 aviões atrasados, havia muita gente no terminal à espera. Quando
 apareci no vestíbulo o meu filho viu-me e começou a correr e a gritar: 
- Olá, papá! Eu tenho óptimas notícias!!!!
 Eu acenei para ele, sorri e gritei de volta:
 - Que boas notícias?
 Ele gritou ainda com mais entusiasmo e a plenos pulmões: 
- Ninguém dormiu com a mamã desta vez enquanto estiveste fora!!
 E de repente todos os outros passageiros e pessoas que os aguardavam
 calaram-se e olharam para nós e o silêncio foi brutal.
 

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